sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

final de semana chegando...Texto para refletir..

Trabalhar educação ambiental e alfabetizar e possível...
AS AÇÕES DO SER HUMANO
E SUA RELAÇÃO COM A NATUREZA
Se refletirmos com cuidado, perceberemos que a riqueza ou o ganho econômico não
vem da exploração dos recursos naturais, mas da dedicação em agirmos para aumentar os
recursos do lugar. A exploração da natureza gera riquezas pôr certo tempo, mas depois, em
algum momento, vai refletir em pobreza, pois esgotados os recursos, acaba-se a fonte de
dinheiro, enquanto que, se agirmos para aumentar a vida do lugar, sempre teremos mais recursos
de qualidade e poderemos usufruir deles indefinidamente.
A agricultura, pela área que abrange e pelas práticas que utiliza, é tida como uma das
atividades humanas mais impactantes ao ambiente. Desse modo, as áreas de fronteira agrícola
rapidamente se expandem, substituindo a vegetação natural pela paisagem antrópica, menos
complexa em quantidade e qualidade de vida.
Numa paisagem agrícola as árvores são consideradas um obstáculo que impede o progresso.
Nesse sentido, o ser humano, freqüentemente, coloca-se à parte da natureza para agir sobre
o ambiente. O resultado de suas ações, muitas vezes, é a destruição e a diminuição das
condições necessárias para a vida, efeito que reflete em redução da sua qualidade de vida, já
que dependemos diretamente dos recursos naturais. Mesmo quando se está preocupado com
a questão ambiental, o homem, com sua visão fragmentária de enxergar o mundo, separa a
paisagem em áreas de conservação, que devem ser intocadas e mantidas no seu estado “natural
puro” (que são os Parques, as Reservas...) e em áreas para produção, onde geralmente ocorredegradação dos recursos naturais. Quando o ser humano se sentir mais parte da natureza e realmente
integrado à ela, suas ações serão mais harmônicas, em direção à manutenção e até à melhoria das
condições para a vida no local.
No entanto, observa-se grande resistência em se manter essas áreas protegidas, resultante da
mentalidade imediatista e exploratória vigente. Essa mentalidade é justamente a que prevalece e a que
se mostra ao depararmo-nos com extensas áreas devastadas pelo “progresso” e ainda algumas poucas
mantidas sob proteção nas Unidades de Conservação.
Ao buscar a sustentabilidade na agricultura e, mais do que isso, ao buscar a conservação dos
recursos naturais, a paisagem deverá ser vista como um todo e integrada, onde os limites não são mais
as cercas, mas os naturais, respeitando e compreendendo os condicionantes e ritmos da natureza,
buscando os princípios ecológicos para referendar suas ações.
As nossas ações a favor da conservação da natureza não devem ser pôr imposição da lei ou vistas
como obrigação ou dever, mas sim a partir de uma consciência de que nossa vida depende da vida das
plantas e dos animais, de água pura, da terra produtiva e do ar limpo. Mais do que essa compreensão
de dependência é necessário ainda sentirmos que somos parte da natureza, como realmente somos.(Este texto faz parte do manual do educador agroflorestal do projeto arboreto da Universidade Federal do Acre)

Nenhum comentário: