Veja as perguntas mais comuns dos brasileiros e as respostas do governo federal para
as questões. MS orienta os suspeitos de gripe a procurar posto de saúde ou médico
O Ministério da Saúde está fazendo todos os esforços possíveis para deixar a
população informada sobre a Influenza A (H1N1). O trabalho da imprensa tem ajudado
também a esclarecer os brasileiros sobre a nova gripe. O Ministério mantém no seu
site www.saude.gov.br um espaço específico para o tema, que traz informações
atualizadas, além de colocar à disposição da população o atendimento gratuito pelo
Disque Saúde 0800 061 1997. Veja algumas dúvidas e as respostas:
1 - Qual é a previsão de produção da vacina contra a influenza A (H1N1) no Brasil?
O Instituto Butantan, ligado à Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São
Paulo, é responsável no Brasil por desenvolver as vacinas contra a gripe comum
(sazonal) e estará à frente também do desenvolvimento da gripe contra a influenza A
(H1N1). A vacina a ser produzida no Brasil estará disponível no próximo ano. Além de
desenvolver a vacina, o MS avaliará, junto ao Butantan, a necessidade de comprar
vacinas prontas de outros fabricantes.
2 – Haverá cadastramento de novos laboratórios para realização de exames de
diagnóstico?
Atualmente, três laboratórios de referência fazem o exame de diagnóstico da influenza
A (H1N1) no Brasil: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ), Instituto Evandro Chagas
(IEC/PA) e Instituto Adolf Lutz (SP). Há a possibilidade, agora, de credenciamento de
Laboratórios Centrais (Lacens) para centralizar a realização desses exames nos
estados, além dos três laboratórios de referência. Isso já está em curso para os
estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, mas ainda não há data
definida para essa habilitação.
3 - Como é realizada a distribuição do medicamento?
A distribuição dos medicamentos é centralizada. O Ministério da Saúde envia os
remédios aos estados, respondendo às solicitações das Secretarias Estaduais de
Saúde. Cabe a elas não só indicar as unidades de referência no atendimento da nova
gripe, como também ampliar o número de unidades para realização do tratamento.
Outras unidades podem ser indicadas para atender os casos e usar o antiviral.
4 - O Brasil tem medicamento suficiente para enfrentar a influenza A (H1N1)?
Sim. O Ministério da Saúde tem medicamento suficiente para enfrentar a pandemia de
influenza A (H1N1). O MS tem um estoque de 9 milhões de tratamentos em pó. Eles
foram adquiridos em 2005, época de uma possível epidemia de gripe aviária. Além
disso, na terça-feira (21 de julho), o governo federal recebeu mais 50 mil tratamentos.
Desses, 15 mil vão para o Rio Grande do Sul, estado entre os mais afetados pela
doença. Outros estados com maior número de casos também receberam quantidade
adicional de tratamento. Até o fim de julho, o MS vai receber mais 150 mil tratamentos.
Nas próximas semanas, será um milhão a mais de medicamentos disponíveis, além do
que está estocado em pó. O Ministério esclarece que o estoque de remédios está de
acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
5 - Quais os critérios de utilização para do medicamento fosfato de oseltamivir?
Apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas,
desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro
clínico grave serão medicados com o fosfato de oseltamivir. Os demais terão os
sintomas tratados de acordo com indicação médica. O objetivo é evitar o uso
desnecessário e uma possível resistência ao medicamento, assim como já foi
registrado no Reino Unido, Japão e Hong Kong. É importante lembrar, também, que
todas as pessoas que compõem o grupo de risco para complicações de influenza
requerem avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico, para indicação
ou não de tratamento com o fosfato de oseltamivir.
6 - Quem está no grupo de risco?
O grupo de risco é composto por idosos, crianças menores de dois anos, gestantes,
pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência
imunológica (como pacientes com câncer, em tratamento para AIDS), pessoas com
obesidade mórbida e também com doenças provocadas por alterações da
hemoglobina, como anemia falciforme.
7 - Por que o Rio Grande do Sul registra tantos casos da influenza A (H1N1)?
Todos os anos, o Brasil registra ocorrências de casos graves e óbitos por gripe e
doenças associadas, como pneumonia, em todas as regiões. Neste período do ano,
que é inverno, sempre há maior ocorrência desses casos, em especial no RS e nos
outros estados do Sul e Sudeste. Isso porque eles têm o inverno mais rigoroso e mais
prolongado. Além disso, no caso especifico da influenza A (H1N1), há países com
maior número de casos que fazem fronteira com o Rio Grande do Sul, como é o caso
da Argentina. A disseminação da doença aumenta e não é indicado controlar o fluxo
de pessoas na fronteira, pois isto não tem efeito na disseminação da doença.
8 - Grávidas podem tomar fosfato de oseltamivir?
Não há registros de efeitos negativos do uso do fosfato de oseltamivir em mulheres
grávidas e em fetos. No entanto, como medida de precaução e conforme orientação
do fabricante, esse medicamento só deve ser tomado durante a gravidez se o seu
benefício justificar o risco. Essa decisão deve ser tomada de acordo com indicação
médica.
9 - Existe transmissão sustentada do vírus da Influenza A (H1N1) no Brasil?
Desde 24 de abril, data do primeiro alerta dado pela OMS (Organização Mundial da
Saúde) sobre o surgimento da nova doença, até o dia 15 de julho, o Ministério da
Saúde só havia registrado casos no país de pessoas que tinham contraído a doença
no exterior ou pego de quem esteve fora. No dia 16 de julho, o Ministério da Saúde
recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da Influenza A (H1N1) no Brasil
sem esse tipo de vínculo. Trata-se de paciente do Estado de São Paulo, que morreu
no último dia 30 de junho. Esse caso nos deu a primeira evidência de que o novo vírus
está em circulação em território nacional. Todas as estratégias que o MS deveria
adotar numa situação como esta já foram tomadas há quase três semanas. O Brasil se
antecipou. A atualização constante de nossas ações contra a nova gripe permitiu que,
neste momento, toda a rede de saúde esteja integrada para manter e reforçar as
medidas de atenção à população.
10 - Qual a diferença entre a gripe comum e a Influenza A (H1N1)?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os sintomas são muito
parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares,
dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que
se tem é gripe comum ou a nova gripe. A orientação é, ao ter alguns desses sintomas,
procure seu médico ou vá a um posto de saúde. É importante frisar que, na gripe
comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem
para a cura. Isso também ocorre na nova gripe. Em ambos os casos, o total de
pessoas que morrem após contraírem o vírus em todo o mundo é, em média, de 0,5%.
11 - Quando eu devo procurar um médico?
Se você tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares,
dores nas articulações e coriza, procure um médico ou um serviço de saúde, como já
se faz com a gripe comum.
12 - O que fazer em caso de surgimento de sintomas?
Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar seu médico de
confiança ou o serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento adequado.
Nos casos de agravamento ou de pessoas que façam parte do grupo de risco, os
pacientes serão encaminhados a um dos 68 hospitais de referência.
13 - Por que o exame laboratorial parou de ser realizado em todos os casos
suspeitos?
Essa mudança ocorreu porque um percentual significativo — mais de 70% — das
amostras de casos suspeitos analisadas em laboratórios de referência, antes dessa
mudança, não era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios, ou não era de
nenhum virus. Com o aumento do número de casos no país, a prioridade do sistema
público de saúde é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos graves e evitar
mortes.
15 - Os hospitais estão preparados para atender pacientes com a Influenza A (H1N1)?
Atualmente, o Brasil possui 68 hospitais de referência para tratamento de pacientes
graves infectados pelo novo vírus. Nestas unidades, existem 900 leitos com
isolamento adequado para atender aos casos que necessitem de internação. Todos os
outros hospitais estão preparados para receber pacientes com sintomas leves de
gripe.
16 - Como eu posso me prevenir da doença?
Alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos
frequentemente com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato
com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz
com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
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