quarta-feira, 30 de janeiro de 2008



"Feliz aquele que transfere o que
sabe e aprende o que ensina"
“Cora Coralina’’
ORAÇÃO DO GRUPO

Senhor eu te peço pelo meu grupo.
Para que nos conheçamos melhor em nossas limitações;
Para que cada um de nós sinta e viva as necessidades dos outros;
Para que as nossas discussões não nos dividam, mas nos unam em busca da verdade e do bem;
Para que cada um de nós, ao construir a própria vida, não impeça o outro de viver a sua;
Para que as nossas diferenças não excluam a ninguém do nosso grupo, mas nos levem a buscar a riqueza da unidade;
Para que olhemos para cada um Senhor, com os teus olhos e nos amemos com o teu coração;
Para que o nosso grupo não se feche em si mesmo, mas seja disponível, aberto, sensível aos desejos dos outros;
Para que no fim de todos os caminhos, além de todas as buscas, no final de cada discussão e depois de cada encontro, nunca haja “vencidos”, mas sempre “irmãos.”.
Amém!


Um abraço fraterno.
Direção Escola Classe Cachoeirinha

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Texto para reflexão....

COMO ALFABETIZAR SEM REPROVAR
Vicente Martins
Uma criança, em sala de alfabetização, não deve nem pode ser reprovada. Direi de outra maneira: a alfabetização não tem caráter avaliativo, com fim de promover o aluno de um nível de ensino para outro. O presente artigo prova, através da legislação educacional, que a sala de alfabetização não é reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nem tem, por isso mesmo, caráter reprovativo. Nenhum aluno, matriculado, em sala de alfabetização, em escolas públicas ou privadas, municipais, estaduais ou federais, pode ficar retido em sala de alfabetização,ou pode ser rotulado de "reprovado", mesmo que a escola considere que criança não está alfabetizada em leitura. A Lei 9.394, a LDB, promulgada em 20 de dezembro de 1996, não reconheceu a sala de alfabetização como nível ou subnível de ensino. Pelo artigo 21, da referida Lei, a educação escolar compõe-se de: (1) educação básica, formada pela educação infantil ensino fundamental e ensino médio e (2) educação superior. O que se pode observar pelo artigo 21 é que a Lei não faz qualquer referência à alfabetização. No artigo 29, a LDB, sim, refere-se à Educação Infantil entendida como primeira etapa da educação básica cuja finalidade precípua é "o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade". Durante muito tempo instituições privadas de ensino entenderam que a classe de alfabetização poderia ser considerada um subnível da educação infantil. Ou, talvez, uma fase intermediária e imprescindível entre a educação infantil, especialmente a pré-escola e o ingresso na primeira série do ensino fundamental. Uma concepção com boas intenções, mas com uma origem equivocada ou falaciosa: o ensino fundamental, no seu primeiro ciclo, é exatamente para dar início ao processo de alfabetização. Veja que utilizei a palavra processo para dizer que durante toda a fase da educação básica o aluno, ao certo, está sendo "alfabetizado" em leitura, escrita, ortografia, informática, e assim adiante. A educação infantil não acolhe a sala de alfabetização. No artigo 30, a lei diz que a educação infantil será oferecida em: (1) creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e (2) II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. Na verdade, hoje, com a Lei nº. 11.274, de 2006, a rigor, a educação infantil só vai até os cinco anos. E por que existe sala de alfabetização no Ceará? Ora, por pura tradição e predomínio de uma pedagogia de época que via na alfabetização uma fase preparatória para o ingresso da criança no Ensino Fundamental, etapa que os professores já esperavam, também, o domínio rudimentar em leitura, escrita e cálculo por parte dos alunos. Durante muito tempo, a pedagogia de alfabetização do bê-á-bá também favoreceu o surgimento de sala de alfabetização não só no Ceará como em muitos estados da Federação, especialmente os da Região Nordeste. Por alfabetização, se entendia e se entende, em muitas escolas, a prática de ensino da primeiras letras. É o que os teóricos de leitura chamam de decodificação, onde o principal papel da escola é ensinar a criança a reconhecer as letras, nomeá-las e de forma não muito sistemática a relação letra-fonema, para o início da leitura mecânica. Aqui, vale dizer que não se cogita ou se cogitava o ensino da leitura com sentido, isto é, ler o texto para atribuir-lhes sentidos. Em outros casos, o pensamento ou metodologia de muitos alfabetizadores, favorecidos, quase sempre, pelas cartilhas de alfabetização, do abecê, concebia (m) a alfabetização como a iniciação no uso do sistema ortográfico. Ora, esta concepção é descartada, hoje, é ampliada e vista como processo de aquisição dos códigos alfabético e numérico ou, em outras palavras, como o uso social da língua verbal e não-verbal, o chamado letramento que deve ser trabalhado, principalmente, na primeira série do ensino fundamental e enfatizada até a quarta-série do mesmo nível de ensino. É aqui que se ensina, realmente, a língua e o sentido que permeia as habilidades lingüísticas como leitura, escrita e ortografia e os números. Na etapa anterior, a da educação infantil, o que se pode fazer é uma educação lingüística, enfatizando, em sala, a linguagem e suas funções, mas sem qualquer conotação ou apelo metalingüístico ( por exemplo, estudo das vogais, das consoantes, das semivogais, das sílabas, dos ditongos etc) Agora, tanto na educação infantil como ainda nas remanescentes salas de alfabetização (no Rio Grande Sul, por exemplo, não existem mais salas de alfabetização) não têm caráter de promoção, isto é, não é pré- requisito para que a criança entre no ensino fundamental. O pai ou responsável pode, inclusive, queimar esta etapa e matricular a criança diretamente no ensino fundamental. Claro, o maior prejuízo, nesse caso, é a perda da socialização uma vez que se aprende bem a língua materna em interação, na relação interpessoal e em vida social. Na educação infantil, pode a escola, desde cedo firmar as bases do aprender a ser, a conviver, a conhecer e a fazer, pilares da educação universal, segundo a UNESCO. Mas isso é uma alfabetização para a vida, para um olhar novo sobre o mundo, como quis a pedagogia paulofreiriana. O artigo 31, da LDB, diz, textualmente e reafirma o que dissemos anteriormente, que na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. O quer dizer que os pais ou responsáveis podem, repito, não matricular seus filhos nesta etapa e, aos seis anos, podem matricular a criança diretamente no ano inicial do ensino fundamental, mesmo sem " ser alfabetizado". Por quê? Porque o ensino fundamental, especialmente no seu primeiro ciclo, é exatamente o período para a alfabetização em lectoescrita. Mais recentemente o artigo 32, da LDB, foi modificado pela Lei nº. 11.274, de 2006. A lei determinou que o ensino fundamental obrigatório passou a ficar com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, e tendo, por objetivo, a formação básica do cidadão. (1) - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; (2) - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; (3) - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores. O item 3 do artigo 32, da LDB, como podemos observar, se constitui, assim, um momento de alfabetização no ensino fundamental onde a criança vai desenvolver a competência de aprender através do domínio da leitura, da escrita e do cálculo. Diria que nesta fase de ingresso da criança, aos seis anos, no ensino fundamental deve ser prioritariamente dedicado ao "o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social", conforme acentua o inciso IV do artigo 32, da LDB Vale salientar que o artigo 6º da LDB, modificado pela Lei nº. 11.274, de 2006 estabelece, de forma compulsória, o dever dos pais ou responsáveis de efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. Uma outra novidade que deve ser considerada por gestores educacionais, pais ou responsáveis e educadores é que o artigo 32 da LDB sofreu, pela Lei 11.274, a seguinte modificação em sua redação: o ensino fundamental obrigatório passou duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade e terá por objetivo a formação básica do cidadão. Uma palavra final: não permita que se filho ou filha seja retido (a) em sala de alfabetização. A existência de sala de alfabetização revela hoje o quanto a escola está na contramão da LDB e dos demais estados que têm experiência exitosa em alfabetização, como os da Região e Sudeste do País. Em caso de resistência da escola, procure esclarecimento junto ao Conselho Estadual de Educação ou evoque à LDB através da promotoria pública.
Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), de Sobral, Estado do Ceará. -

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Está chegando a hora de começarmos um novo ano, estamos trabalhando muito pra receber nossas crianças e professores da melhor maneira possivel....


“A ética é um eterno pensar, refletir e construir.
... a Educação constitui um todo indissociável, e não pode formar
personalidades autônomas no domínio moral, se por outro lado o
indivíduo é submetido a um constrangimento intelectual de tal ordem
que tenha que se limitar a aprender por imposição sem descobrir por si
mesmo a verdade: se é passivo intelectualmente não conseguirá ser
livre moralmente...
O papel do mestre deve ser aquele de iniciar a pesquisa, de fazer
tomar consciência dos problemas e não de ditar a verdade”. ( Piaget,,1948)

refletindo...

“A democracia , enquanto valor universal e prática de colaboração recíproca entre grupos de pessoas e um processo globalizante que ,tendencialmente , deve envolver cada individuo, na plenitude de sua personalidade.Não pode haver democracia plena sem pessoas democráticas para exercê-la.”
Vitor Paro
Histórico da Comunidade Escolar e Diagnóstico da Instituição



A Escola Classe Cachoeirinha está localizada na zona rural de, Fazenda Santa Bárbara, BR 251 Km 38, a 20 Km da Região Administrativa de São Sebastião, e a 40 km do centro de Brasília. O Acesso é feito parte em estrada pavimentada e parte em terra batida.
A escola surgiu em 1966, quando o Sr. Diogo Machado, fazendeiro da região, sensibilizado pelo grande número de crianças fora da escola, contratou por conta própria uma professora para alfabetizar os filhos de seus empregados e vizinhos. De início cedeu à garagem de sua casa, mas com o passar do tempo o número de alunos foi aumentando, tendo a necessidade de uma maior, em decorrência desse fato o Sr. Diogo Machado transferiu os alunos para uma casa que ficava perto de uma cachoeirinha.
Após alguns anos de funcionamento a extinta FEDF, tomou conhecimento regulamentando portanto a escola, passando a se chamar Escola Rural Cachoeirinha, conforme Parecer nº 19 CEDF de 07/05/80 – resolução nº 95 CD de 21/09/76 – reconhecimento em 07/07/80. Com essa regulamentação a FEDF contratou mais um (01) professor e assim a escola ali por alguns anos até a morte do Sr. Diogo Machado, ocasionando o fechamento da escola.
Tendo conhecimento do fato, o Sr. Salviano, afilhado do Sr. Diogo, cedeu um pedaço de terra de sua fazenda para a construção da escola a qual até hoje está funcionando. Desde a época da construção nunca houve diretor, apenas um (01) professor ficava responsável pelo funcionamento. Em 1994, foi criada a função de Diretor de escola rural, nomeando como a 1ª diretora desta escola a Sra. Ivoneide Maria Rosa, que ficou até 2001. Com sua saída, foi nomeada a Sra. Joana Darc Garcia, que permaneceu na função até Julho/2007. Desde então a Sra. Maria Aparecida Maciel Santos Responde pelo cargo de diretora da Escola Cachoeirinha. A escola atende cerca de 90 alunos, de uma comunidade caracterizada por caseiros, lavradores, sem terras, com renda entre 1 e 2 salários mínimos. Os pais em sua grande maioria são semi-analfabetos, problema que em anos anteriores diminuiu devido ao EJA 1º segmento que funcionou na escola. Grande parcela dos pais recebe ajuda do Governo local e Federal, como cesta básica, leite e pão, renda minha e bolsa escola federal.
A maioria dos alunos mora longe e necessita do transporte escolar para chegar à escola.Por causa da distância e dos poucos recursos o acesso a cultura e bastante restrito, muitos nunca forma ao cinema , teatro e até mesmo a uma biblioteca ,por isso nossa preocupação e desejo e criar uma na escola